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Foto do escritorJill Muricy

O TEMPO não ESPERA



Eu sempre fui um cavaleiro apaixonado pelo que fazia, cavalgava por muitos dias toda região onde morava. Era assim que eu ganhava a VIDA, de vila em vila, cidade em cidade. Ficava meses sem ver minha FAMÍLIA.

Um cavaleiro a serviço/Foto: autor desconhecido


Correr pelos campos com o corisco, meu cavalo, me dava sensação de LIBERDADE, na VERDADE eu queria ser LIVRE como os pássaros: VOAR e ir muito além do que poderia imaginar.


Desde a minha adolescência, ganhava a VIDA transportando encomendas das pessoas nas redondezas. Adorava o que fazia, o ruim é que eu passava muito TEMPO longe de casa. Mas essa REALIDADE garantia nosso sustento.

Depois de um ano sem ver minha mulher, decidi voltar para casa, das cartas que eu havia mandado, não obtive respostas, também não aguentava mais a saudade do meu LAR e daquela que meu CORAÇÃO AMAVA.


Passei duas semanas cavalgando até chegar ao meu destino, entres as montanhas, no lugar mais frio do Sul do Brasil. Ao rever nossa casa, de longe percebi que algo estava errado. A chave da porta estava no lugar de sempre: embaixo da planta, no corredor que dava acesso ao quintal. Peguei-a, e entrei no meu recanto, mas o SILÊNCIO imperava naquele ambiente. Os móveis empoeirados e encobertos por tecidos brancos anunciavam que nada seria como antes.

"O SILÊNCIO INSISTIA EM ME DEIXAR!"


Procurei minha mulher em todos os cômodos da casa, porém, ela não estava. Aonde ela poderia estar? Se toda vez que eu chegava de viagem ela fazia festa. Nosso jardim cheio de girassóis, sem VIDA se encontrava, não havia sinal de vitalidade naquele bosque.


Lembrei-me das vezes que nós dois cuidávamos daquelas FLORES, elas eram testemunhas do nosso AMOR! Somente a lembrança restava.

Mas, aonde estava minha mulher? Ela não estava mais em casa. Procurei por ela na vila e minutos depois reencontrei meu compadre, perguntei se ele tinha visto minha eterna namorada. A resposta dele foi a que eu nunca imaginei ouvir: “ela morreu na semana que você viajou...” Chorei tanto que precisei ser amparado por ele.


O que adiantou viajar tanto e cuidar das coisas dos outros? Se eu não fui capaz de cuidar do que era meu! E o que é o homem sem a mulher que ele AMA ao seu lado.


O que amamos dever ser sempre nossa PRIORIDADE, porque o TEMPO não espera por ninguém, ele SIMPLESMENTE passa sem esperar você chegar!

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